Nascimento de Luiz Olímpio Teles de Menezes
Luiz Olímpio Teles de Menezes: pioneiro da imprensa espírita no Brasil
Luís Olímpio Teles de Menezes nasceu na cidade de Salvador em 26 de julho de 1825 e desencarnou no Rio de Janeiro em 16 de março de 1893. Era filho do Capitão graduado Fernando Luís Teles de Menezes e D. Francisca Umbelina de Figueiredo Menezes. Casou-se pela primeira vez, aos 23 anos, com D. Ana Amélia Xavier de Menezes e pela segunda vez com D. Elisa Pereira de Figueiredo Menezes.
Teles de Menezes dedicou-se ao magistério participando, ardorosamente, da campanha contra o analfabetismo e ao incentivo da literatura entre os jovens baianos, foi “Oficial de Biblioteca”, jornalista e um dos pioneiros do Espiritismo no Brasil.
Atuou como jornalista escrevendo em vários jornais e revistas da imprensa leiga da Cidade de Salvador. Dentre estes, em 1872, no “Diário da Bahia” (1856-1956) e no “Jornal da Bahia” (1853-1878) liberal o primeiro, conservador o segundo, e ainda, no “Interesse Público” (1860-1870), periódicos considerados àquela época os mais importantes da Bahia. Ainda fez parte da redação da “A Época Literária”, sendo o seu principal redator. Nesta revista, publicou, ainda sem muita experiência e quando ainda não era espírita, nas páginas 24 e seguintes, em folhetins até o capítulo VIII, a novela “Os Dois Rivais”, em estilo ultra-romântico, considerada por David Salles uma das primeiras manifestações da ficção na Bahia, embora peque pela não citação do autor.
Sempre muito estudioso, Teles de Menezes veio a se interessar pelos fenômenos “inexplicáveis” que ocorriam em todos os continentes e que chamaram a atenção da humanidade. Durante toda a fase de implantação da Doutrina Espírita na França, por Allan Kardec, Teles de Menezes manteve relações de amizade com os espíritas franceses. O compartilhamento de ideias entre o Brasil e a França, propiciou chegar na Bahia as tendências filosóficas e culturais, fazendo com que Teles de Menezes se tornasse sócio honorário correspondente da Sociedade Magnética da Itália, filiando-se, “igualmente a várias entidades espíritas” e espiritualistas europeias.
Ainda como grande defensor da causa espírita, foi tradutor da 13ª edição francesa de “O Livro dos Espíritos”, conseguindo também que a livraria Garnier fosse autorizada a traduzir em português todas as obras de Kardec.
No dia 17 de setembro de 1865, fundou o primeiro Centro Espírita do Brasil, o “Grupo Familiar Do Espiritismo”, e no mesmo dia, os membros do Grupo recém-fundado recebiam assinada por “Anjo de Deus”, a primeira página psicográfica de que se tem notícia na Bahia, fato este que lhes trouxe inefável felicidade.
Em 8 de março de 1869 publica o 1º jornal espírita brasileiro, “Eco de Além Túmulo”, contendo os princípios imortais do Espiritismo, sustentados na máxima: igualdade, liberdade e fraternidade, cuja assinatura custava nove mil réis. Teles de Menezes deixava transparecer pelas páginas do jornal espírita que dirigia sua filiação à obra emancipadora dos grandes liberais baianos daquele tempo, tal como Castro Alves.
No periódico havia uma seção destinada à publicação de manifesto dos espíritos, com comunicações transmitidas por médiuns brasileiros e estrangeiros. Era considerada a mais importante e trazia instruções sobre o proceder dos adeptos do Espiritismo, encorajando-os na tarefa de divulgação, além de chamar atenção contra o materialismo e a descrença nos espíritos. O Eco de Além Túmulo também reproduzia artigos traduzidos por Teles de Menezes da Revista Espírita, relacionava e sugeria a leitura de obras espíritas e tinha até um tipo de folhetim, a “Aurora da Ressurreição”, que teve sete capítulos. Luiz Olímpio destinava mil reis de cada assinatura vendida para dar liberdade a escravas, de qualquer cor, do sexo feminino, de 04 a 07 anos de idade, nascidas no Brasil. Com o dinheiro arrecadado pretendia comprar cartas de alforria.
Fonte: Casa do Caminho