Francisco Vieira Paim Pamplona
F r a n c i s c o V i e i r a P a i m P a m p l o n a
08/02/1872 – 04/03/1955
Francisco Vieira Paim Pamplona nasceu no dia 8 de fevereiro de 1872, no Morro do Paim, de propriedade de seu pai, que deu o nome ao lugar, em Sampaio (Guanabara) e, depois, a uma rua no mesmo bairro.
Nas terras cariocas passou sua existência, tornando-se espírita e ganhando o respeito de quantos tiveram a oportunidade de conhecê-lo. Seus contemporâneos retratam-no como homem de tenacidade inquebrável, fruto talvez da disciplina de sua vida e de sua educação, desenvolvida na Marinha Brasileira.
Nos últimos anos de sua vida, caracterizada por um esforço intenso de servir, Paim Pamplona orgulhava-se de ter o seu nome como o n° 1 no quadro dos sócios vivos da Federação Espírita Brasileira. Era o mais antigo de todos e, igualmente, um dos mais dedicados a ela.
Ignora-se de que maneira se fez espírita, todavia o fato de ter começado a frequentar a FEB ainda quando era um jovem Guarda-Marinha permite ajuizar que adquiriu a convicção espírita em sua primeira mocidade.
Considerando sagrados os seus deveres, desde os mínimos aos máximos, não foi de espantar a sua ininterrupta ascensão na Marinha, até alcançar o posto máximo, isto é, o de Almirante. A alta patente, entretanto, não afetou o seu espírito de humildade modelar, a sua generosidade singela e espontânea, que passava quase despercebida num mundo onde se alardeia muito e em que a exemplificação autêntica se torna escassa.
Jamais se impacientava, nunca se aborrecia nem punha em evidência sua autoridade, sua energia acima do vulgar. Além de suas funções na Marinha, foi professor no Colégio Militar, como lente de Geografia; fundou e dirigiu, no Engenho Novo, o “Colégio Nacional”.
Nos trabalhos doutrinários exerceu com abnegação as mais diversas funções.
Na Federação Espírita Brasileira, foi chamado a prestar serviços em muitos postos, inclusive ao de Presidente nos exercícios de 1927 e 1928.
Posteriormente, membro, nesta mesma casa, do Conselho Fiscal e do Conselho Superior, funções que exerceu até à desencarnação. Foi Presidente, por vários anos, do Asilo de órfãos “Anália Franco”, e continuou sempre como membro do seu conselho administrativo. Era também, membro do conselho da Maternidade “Casa da Mãe Pobre”.
Em sua longa carreira doutrinária, ensinava através do exemplo. Não era visto à frente dos espíritas, mas sempre em meio dos espíritas. Seu nome não aparecia nos jornais e são escassos os informes a respeito de sua vida. Sua voz não se ouvia nas tribunas.
Mérito educador, criou, em 1923, com o Dr. Eurico da Cunha Rabelo, diretor do Instituto Rabelo, o Colégio Maria de Nazaré, no qual se usaram de métodos racionais e naturais, consoante os mais modernos processos pedagógicos, e sob orientação espírita, observando-se, porém, a mais completa tolerância religiosa. Esse estabelecimento de ensino, destinado apenas a meninas, funcionou por algum tempo na rua Ibituruna, na Guanabara.
Em 4 de março 1955, em sua residência à Avenida Maracanã, n.° 411, desencarnou com 83 anos de idade, o Almirante Reformado Francisco Vieira Paim Pamplona, deixando viúva a senhora D. Eleusina Paim Pamplona, mais conhecida, carinhosamente, pelo nome de Biosa, com quem foi casado durante 57 anos, bem como três filhos e três filhas: 0 Coronel Silvio Paim Pamplona, srs. Arnaldo Paim Pamplona, alto funcionário Federal Darcy Paim Pamplona, engenheiro mecânico, e sras. Elza, Milza e Marina, todas casadas e numerosos netos.
O velho instrumento de suas atividades materiais foi sepultado no Cemitério de S. Francisco Xavier, em 5 de março de 1955.
O Professor Newton de Barros fez o seu elogio fúnebre em discurso vibrante, apresentando as despedidas dos servidores do Espiritismo ao seu modelar companheiro.
Diante de um público das mais versas expressão de crença e descrença, aquela despedida se tornou edificante propaganda do ideal espírita que orientou a vida de Paim Pamplona.
Assim desapareceu da superfície da Terra um homem que, em 83 anos de existência, ocupando posições de comando, exercendo autoridade, nunca teve um desafeto.
Fonte: FEB