Padre Germano
P a d r e G e r m a n o
Viveu, provavelmente, entre os séculos XVIII e XIX
Padre Germano era o responsável por uma paróquia de uma aldeia italiana.
Espiritualizado, calejado por experiências que lhe feriram o coração sensível, tornou-se um sacerdote diferente. Na suas meditações, questionava em silêncio as razões do celibato e da clausura. Em sua tarefa de pastor de almas, não se recusou a orientar criminosos arrependidos, almas atormentadas pela culpa e jovens apaixonados. Um homem cuja grandeza espiritual o colocou a frente de seu tempo. Sem compactuar com os que buscavam o poder material, sofreu pressões e foi alvo de desconfianças e humilhações. Cuidou dos enfermos, das crianças, dos dóceis e dos rebeldes. Na solidão do campo, foi feliz cultivando a simplicidade dos dias que se passavam entre leituras, reflexões, lembranças do rosto da mulher amada, passeios com suas crianças e a companhia de um cão amigo, Sultão.
A missão desse padre em sua última encarnação, foi, de fato, a mais bela que porventura possa ter o homem na Terra.
Quem deseja conhecer a fundo a vida deste brilhante ser humano, poderá fazê-lo lendo o livro Memórias do Padre Germano, psicografado pela médium espanhola Amália Domingo Sóler. As lágrimas vêm soltas, leves, dulcificando nossos corações. A obra é editada pela Federação Espírita Brasileira – FEB.
Fonte: Candeia – Acesso em novembro/2016
O título completo deste livro é Fragmentos das Memórias do Padre Germano. Foi publicado, por primeira vez, pela Federação Espírita Brasileira – FEB, no ano de 1909, traduzido por Manuel Quintão.
Trata-se de vários ditados do Espírito Padre Germano ao médium sonâmbulo Eudaldo Pagés, do Centro Espírita A Boa Nova, da ex-vila de Grácia, atual bairro em Barcelona, registrados por Amália Domingo Soler que, em abril de 1880, começou a publicá-los, no Jornal Espírita A Luz do Porvir, sob a forma de novela.
Padre Germano foi um sacerdote da Igreja Católica que viveu, provavelmente, entre os séculos XVIII e XIX, na região norte da Espanha e/ou sudoeste da França, próximo ao litoral do Mediterrâneo. Nessa existência quis, por dever, viver o sacerdócio do Cristo.
Consagrou- se à consolação dos humildes e oprimidos, ao mesmo tempo que desmascarava os hipócritas e falsos religiosos da Igreja Romana.
Tal procedimento lhe causou muitos dissabores e perseguições sem trégua, cruéis insultos, perseguições e até ameaças de morte. Vítima dos superiores hierárquicos, assim viveu desterrado em obscura aldeia, ele que, pelo talento, bondade e predicados especiais, poderia ter conduzido a seguro porto, sem perigo de soçobro, a arca de São Pedro.
O livro compreende trinta e três capítulos, nos quais o Espírito relata situações vividas em seu apostolado sacerdotal, suas observações e os ensinamentos que retirou de cada uma delas.
O capítulo três é, possivelmente, dos mais emocionantes porque fala do seu amor por uma mulher. O interessante é que a jovem era apaixonada por ele e o declarou nas quatro vezes em que se encontraram, sem que ele, houvesse, de forma alguma, desrespeitado os seus votos sacerdotais.
Ela chegou a se casar e morreu jovem, em torno dos vinte e quatro anos, vitimada pela peste, sendo ele quem lhe acompanhou os últimos momentos e, na sequência, lhe providenciou a sepultura.
Declara:
“Foi junto da sua campa que compreendi o valor da Reforma Luterana, e regando as plantas que lhe davam sombra foi que se me dissiparam as sombras da imaginação.
Conheci, mais, quão pequena era a igreja dos homens e grande o templo universal de Deus.
Amor! Sentimento poderoso, força criadora… sois a alma da alma, porque vindes de Deus.
Sacerdotes sem família são como árvores secas, e Deus não quer a esterilidade do sacrifício e sim o amor universal!”
O livro retrata a postura de um Espírito cônscio de seu dever. Segundo ele, evitou mais de quarenta suicídios. Isso porque, com sua sensibilidade, conseguia libertar jovens que eram internadas em conventos, obrigadas a tomar votos religiosos, simplesmente por não desejarem determinado consórcio que lhes fora arranjado.
São histórias e mais histórias de um sacerdote que honrou o Evangelho e, sem pensar em si, salvou vidas. Acolheu órfãos e os guiou na jornada terrena.
As predições que fazia, oriundas de seus entendimentos de medicina, os socorros que prestava, as intervenções, as palavras de consolo, tudo foi criando em torno de si um halo de santidade.
Ao final da obra, foi inserida história psicografada por Francisco Cândido Xavier, em 1931, de autoria do mesmo Espírito e que, inicialmente, foi publicada nas páginas da revista Reformador, da FEB, durante o ano seguinte, nos fascículos de 16 de fevereiro, 1º e 16 de março.
É um livro que condensa muitas histórias e que poderia, se levado a um produtor interessado, redundar em vários filmes, de alto valor histórico e moral.
Fonte: Mundo Espírita – Federação Espírita do Paraná – Acesso em novembro/2016